07 maio, 2014

rabiscos

Numa reunião da escola do Rodrigo, ano passado, ao final pediram para os pais deixarem algumas lembranças para os filhos - impressões provocadas por aqueles mundos todos que eles tinham conhecido e criado. Sem saber desenhar ou pintar, fiz o que sabia: armei umas palavras em sentimentos sobre viagens, chegadas e partidas (o tema que eles estavam estudando). Hoje encontrei o rascunho, perdido no meio de algum livro.

quem parte às vezes
                    nunca chega
às vezes chega e fica
outras fica, pensando em ir embora.

pode-se chegar:
                     em casa
                     em pouso provisório
carregando:
                     raiz
                     mala
                     o próprio coração

da gente mesmo
                    é impossível ir-se embora.
da gente mesmo
                    nunca se acaba de chegar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário